
O país ainda vive essa mentira de que somos todos iguais perante a lei, destarte pacere esquecer dos dados apresentados pelo IBGE comprovando que apesar de sermos a república com maior populaçãp negra fora do continente africano, convivemos com a desigualdade racial frente a oportunidades de estudo, emprego e condição sócio-econômica. Um certo dia eu assistia o Jornal Nacional onde William Bonner, o mesmo que falou que fazia jornal para Homer Simpson, disse que o nosso país não é racista e que o problema dos negros é a falta de escolaridade. Como se isso justificasse o estado calamitoso em que nos encontramos.
A idéia de que a epiderme não constitui um fator decisivo nas relações de poder na sociedade brasileira chega a ser uma anedota. Uma pesquisa do IBGE(2008) mostrou que quando ocupam cargos em empregos não qualificado(menos de 1 ano de estudo) os negros recebem cerca de 12% a menos que os brancos e quando falamos das pessoas que possuem 11 ou mais anos de estudo esse número sobe para 48% aproximadamente. Continuaremos falando que o preconceito não existe?
A postura do Governo Federal com a implantação de políticas afirmativas a exemplo das cotas e da Lei 10.639(Lei que torna obrogatório o ensino da cultura e história afro-brasileira nos currículos escolares) visa valorizar os verdadeiros responssáveis pelo progresso do país. As medidas ainda que polêmicas constituem uma condição "sine qua non" para equidade das raças e garantia de direitos que foram ao longo dos anos afanados pela "elite branca".
Fazendo uma análise do quadro social do Brasil ainda não podemos afirmar que há equiparação de direitos entre negros, índios, brancos e mestiços, pois o preconceito aqui existente é difícil de ser rompido, uma vez que não o admitimos. A demagogia da idéia de democracia existente contribui cada vez mais para insular o afro-brasileiro dos seus direitos.
Me parece que a única forma de sanarmos esse problema é constatar que ele existe e lutarmos para romper com certos dogmas que não são mais aceitáveis na sociedade brasileira.