Trago nesse texto a minha visão das relações humanas e as prisões psicológicas que o homem impõe aos seus semelhantes. Como tudo aquilo que é dito sem um estudo aprofundado do tema pode trazer alguma visão equivocada, destarte a idéia do blog é falar exatamente sobre o que eu penso e não apenas de repetir.
Entendo que desde que os homens começaram a conviver em sociedade, perceberam a necessidade de se criar regras de conduta e estipular uma liderança para o grupo como todos os animais. Essa liderança exercia um poder, que era o de tomar decisões em nome do grupo, e eram tidos como aqueles que teoricamente detinham uma maior “sabedoria” e competência.
O homem, como qualquer outro animal, vivia com medo do diferente e dentre essas coisas estavam os fenômenos naturais (chuva, sol, vulcões...). Cobrava-se da liderança uma explicação para tais fenômenos e desse questionamento surge a primeira prisão psicológica: As divindades. Os líderes passaram a promulgar uma idéia de que existia uma força sobrenatural que ditava as regras de condutas e que somente aqueles dotados de “sabedoria” tinham o “dom” de entendê-las, dessa forma estariam se mantendo no poder e mantendo a segurança social. Entendo que essa atitude visava o melhor para o grupo e não tinham, pelo menos no princípio, a idéia ambiciosa de dominação, contudo a idéia de melhor estava na cabeça do líder, mas será que era realmente o melhor? Os fins justificariam os meios?
Em algum momento da história passou a ser questionada se aquela conduta ditada pelo líder vinha realmente dos deuses ou se era apenas uma ferramenta usada para manipular os seus semelhantes. Nesse momento surge uma nova prisão: A Ética. Aquele que detinha o poder percebeu que a idéia de estar submetido a um poder divino por si só não conseguiria garantir a segurança social e política e decidiu recorrer à mente humana. As regras que ditariam o que era certo ou errado agora estavam ligadas a consciência humana e o que os homens entediam por ético, contudo quando o homem definiu o que era ético estava na verdade trazendo a sua pré-compreensão de valores que foram ditados anteriormente pelos líderes antigos e suas idéias de bem divino.

Ainda hoje vivemos aprisionados pela idéia de deveres éticos, que no meu ponto de vista, foi a maior e mais “eficiente” criação do homem para poder controlar uns aos outros. Não enxergamos o mundo em que vivemos e suas relações de poder de forma crítica ainda e temos uma idéia de ética que chega a ser dogmática. O que vem a ser ética? O que é o certo? Já paramos para pensar que a idéia de certo é algo que foi pré-estabelecida por aqueles que eram tidos como os que tinham competência para isso? Em que momento vamos parar para quebrar algumas pré-compreensões?
Estamos presos psicologicamente e sequer questionamos o mundo, pois acreditamos fielmente que a nossa idéia sobre o que é certo deve reger as ações humanas em busca de um bem comum, mas será que esse bem comum existe? Se não conseguimos nem mesmo seguir a ética existente, poderemos chegar a um bem comum?
Entendam que o meu objetivo aqui não é cair num relativismo absoluto e muito menos dizer o que deve ou não ser feito pelas pessoas, pois se estivesse visando isso estaria caindo no mesmo erro de querer impor a minha idéia de melhor ao resto do mundo. A minha idéia é fazer as pessoas questionarem um pouco mais antes de aceitar tudo e que assim tenhamos uma visão mais critica em relação as teias que unem os seres humanos ao mundo e critiquemos mais nossa “realidade”.
“não adianta olhar pro céu com muita Fe e pouca luta...até quando você vai ficar usando rédea?..Muda essa postura que o medo é um modo de fazer censura! Ate quando vai ficar sem fazer nada?” (Até quando? - Gabriel O Pensador)
Esse assunto poderia render um livro, mas tenho que me conter a fazer um texto para ser lido sem cansar.