segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Diga NÃO a política de "TOLERÂNCIA ZERO"!



O estado calamitoso em que se encontra o Rio de Janeiro me fez voltar a escrever. Fiquei preocupado em ver que nossa mídia, como sempre muito sensacionalista, está utilizando o meio de comunicação e informação das massas para implantar sua política neoliberal de estado mínimo e cada vez mais excludente. Foi ridículo ver uma comparação com o sistema de "tolerância zero" implantado nos EUA e que mostrou-se puramente excludente.

Com o advento do neoliberalismo nossa sociedade sofre uma alteração econômica e social de forma incisiva. Aumenta-se o desemprego e a desigualdade social. Como conseqüência desse aumento dos redundantes (“exército de reserva para Marx”) ocorre, paralelamente, um aumento da criminalidade. Surge nesse momento o discurso falacioso do controle de violência por uma política de rigidez que se mostra ineficaz e mantenedora da exclusão social das classes desfavorecidas economicamente.

O Rio de Janeiro é o reflexo imediato da resposta que o governo acha “mais fácil” para controlar as massas e a manipulação do índice de desemprego. Existe, contudo um discurso mentiroso de que só podemos controlar a violência com um sistema policial mais rígido e inflando nosso legislativo de criminalização de condutas com criação de normas.

Defende-se a tolerância de diversidade e aplica-se a intolerância da dificuldade. O mesmo sistema capitalista que todos os dias invade nossas casas nos impondo uma cultura mercadológica de que viver é comprar, também nos mostra o verdadeiro papel cada vez mais segregador do Estado e de gestor da miséria.

As comunidades que sofreram com a ausência do Estado por um longo período, se convencem pela mídia de que criminalizar condutas e prender os excluídos irá resolver o problema. Nesse modelo paradigmático do neoliberalismo o tráfico torna-se uma alternativa de vida e inserção no mundo capitalista com o poder econômico agregado a essa forma de resistência. Não podemos, de forma alguma, defender a morte de pessoas que não tiveram a assistência necessária para escolher qual caminho trilhar. É fácil julgar essas pessoas quando temos comida, escola, casa e oportunidades, mas deveríamos defender a aplicação de normas muito mais importantes como o DEVER do ESTADO de proporcionar comida, moradia, educação, cultura e lazer. (Art. 227 da CF)

Não defendo a violência nem o tráfico, destarte defendo menos ainda a continuação desse processo excludente. Não se encara o verdadeiro problema, que é SOCIAL, e utiliza-se de um discurso de resocialização para prender pobres e negros que são excluídos todos os dias da lógica capitalista.

imagem: www.globo.com (Apesar da globo nos mostrar todos os dias uma verdade deturpada, serviu para no mínimo me dar uma boa imagem)

3 comentários:

Paulo disse...

"Existe, contudo um discurso mentiroso de que só podemos controlar a violência com um sistema policial mais rígido e inflando nosso legislativo de criminalização de condutas com criação de normas."

O discurso não é mentiroso. Controlar a violência é diferente de exterminar, combater, pôr um fim. A violência deve ser "controlada" a curto prazo, mas, como uma doença infecciosa, ela pode criar resistência ao remédio, e tornar-se mais forte que os recursos usados para atacá-la. Precisamos de medidas de longo prazo para acabar de uma vez por todas com a violência - isso, infelizmente, não está sendo discutido. Será que elas existem?

Abraços,

http://www.misteriosdoorgasmo.blogspot.com

Obs.: O link divulgado acima redireciona para uma página de conteúdo adulto - meu blog. Concluí que sexo é a linguagem universal, a linguagem que tanto busquei para expressar meus sentimentos e minhas visões de mundo - e a temática é GLS.

Paulo disse...

Ah, parabéns pelo espaço!

Marcos Vinicius Ribeiro disse...

Valeu pelos comentário e dei uma olhada no seu Blog, mas não tive tempo de ler, contudo assim que estiver com um tempinho eu vou voltar e olhar com mais calma. Obrigado mais uma vez e volte sempre que achar interessante

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